Este papel tem-se materializado não só pelas diversas iniciativas que tem promovido, mas, sobretudo, porque possui no seu território uma infraestrutura cultural e paisagística única a nível nacional e internacional: O Parque dos Poetas.
O Parque dos Poetas une arte, literatura e natureza num espaço com 22,5 hectares. Concebido para homenagear poetas de língua portuguesa, reúne 60 figuras de referência — 50 portugueses e 10 oriundos de outros países ou territórios de expressão portuguesa — celebradas através de esculturas, inscrições e elementos artísticos presentes no Parque.
                    Parque dos
                        poetas (oeiras.pt)
                    
                    Portal do Parque dos
                        Poetas
                    Brochura do Parque dos Poetas
                    Mapa do Parque dos Poetas
                    Livro do Parque dos Poetas
                
            Um dos nomes mais representados no Parque dos Poetas é Cesário Verde, um dos grandes poetas do Século XIX e com uma ligação inegável ao nosso concelho. Cesário Verde é claramente um precursor da modernidade, das tendências de vanguarda e da contemporaneidade literárias, tendo influenciado todas as gerações de poetas que lhe seguiram. É, assim, considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, juntamente com Camões, Pessanha e Pessoa.
O Município de Oeiras, para além do lugar de destaque que reservou a Cesário verde no Parque dos Poetas, dedicou-lhe ainda, durante anos, um Concurso de Poesia de que foi patrono e que revelou inúmeros novos e consagrados talentos literários.
            Assim, e procurando resgatar esta prática municipal de instituir galardões que visem promover a poesia, contribuindo, deste modo, para o alargamento das literacias e da promoção da leitura desta palavra inaugural tão importante à vida, o Município de Oeiras resolveu instituir o Prémio de Poesia de Oeiras em parceria com um patrono da sociedade civil.
As razões são inúmeras, mas destacamos a importância de Oeiras continuar a protagonizar iniciativas que promovam um género literário que assume, cada vez mais, uma importância vital como espaço de liberdade, de criatividade, de apelo e de confirmação da imaginação criadora. Talvez por isso, nos tempos em que vivemos, a Poesia seja tão necessária.
Homenagem a Cesário Verde
Na primeira edição do Prémio de Poesia de Oeiras, no que diz respeito à Modalidade Revelação, rececionaram-se 614 títulos, sendo 386 oriundos de Portugal, 197 do Brasil, 15 de Moçambique, 12 de Angola, 2 de Cabo Verde, um de São Tomé e 1 de um país não identificável. No que reporta à Modalidade Consagração, rececionaram-se 119 livros, 92 dos quais de autores portugueses, 17 de autores brasileiros, 4 moçambicanos, 3 angolanos, 2 cabo- verdianos e um são-tomense.
O primeiro lugar do Prémio de Poesia de Oeiras, na Modalidade Revelação, foi entregue ao português, Pedro Nuno Correia Santos Patada relativamente à obra “A Fagulha” escrita sob o pseudónimo Pedro Teias. O Júri também deliberou entregar uma Menção Honrosa ao brasileiro Sérgio Corrêa Miranda Filho relativamente à obra “A Pressa dos Dias”.
Na Modalidade Consagração, o primeiro lugar foi entregue ao brasileiro Eucanaã Ferraz, pelo título “Retratos com Erro” (edição Tinta da China). O júri salientou o seu “valor da subtileza e da contenção, a exploração o quotidiano e a ‘solidão que entre si se visita’, através de versos que falam com elegância os diferentes estados da nossa frágil e fugaz condição humana”.
O júri resolveu ainda atribuir uma Menção Honrosa na Modalidade Revelação à obra “A Pressa dos Dias”, do pseudónimo A. de Alencar e cuja identidade corresponde ao brasileiro Sérgio Corrêa Miranda Filho. Referiu o júri a “convergência de uma poética da observação, que reflete uma escritura atenta aos detalhes e flagrantes do quotidiano, com um delicado lirismo, abarcados numa linguagem povoada de metáforas e subtilezas estilísticas”.
A Cerimónia de Entrega dos Prémios da primeira edição do Prémio de Poesia de Oeiras ocorreu em dezembro de 2021.
                Cerimónia de entrega dos prémios na primeira edição do Prémio de Poesia de Oeiras, que ocorreu em dezembro de 2021
                Premiado da 1ª Edição do Prémio de Poesia de Oeiras – Modalidade Revelação – Pseudónimo Pedro Teias - Português
                Premiado da 1ª Edição do Prémio de Poesia de Oeiras – Modalidade Consagração – Eucanaã Ferraz - Brasileiro
                Na mesa, da esquerda para a direita: 
                    Representante do Patrono – Rui Alvin de Faria; Isaltino Morais, Presidente do Município de Oeiras;
                    Jorge Barreto Xavier, Diretor Municipal da Direção Municipal de Educação, Desenvolvimento Social e
                    Cultura; Filipe Leal, Diretor Departamento de Artes, Cultura, Turismo e Património Histórico (em
                    2021).
Homenagem à poetisa Alda Lara ver PALAVRAS27 (oeiras.pt)
Na segunda edição do Prémio de Poesia de Oeiras, como forma de facilitar todo o processo de candidatura e análise das obras apresentadas, foi implementada uma plataforma online. O Regulamento do Prémio de Poesia de Oeiras, foi também alterado, passando a incorporar a legislação de proteção de dados e a clarificar explicitamente todos os passos e processos associados ao Prémio.
Tendo este prémio como objetivo a promoção da poesia e da língua portuguesa, foi divulgado nos países da CPLP e nas suas comunidades espalhadas pelo mundo e nessa sequência recebemos candidaturas provenientes da Alemanha, Angola, Brasil, República de Cabo Verde, Canadá, Espanha, França, Grécia, Irlanda, Itália, Moçambique, Noruega, Países Baixos, Portugal, Reino Unido e Suíça.
Rececionaram-se 731 títulos, dos quais 149 candidaturas à Modalidade Consagração e 582 à Modalidade Revelação.
Recebemos candidaturas provenientes de naturais da Guiné-Bissau, de S. Tomé e Príncipe, de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Portugal e Brasil, sendo 63% dos candidatos do género masculino e 37% do género feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 94 anos. Das candidaturas recebidas de portugueses residentes em Portugal, destacamos a receção de candidaturas de 111 concelhos e de todas as freguesias e uniões de freguesias do concelho de Oeiras.
O primeiro lugar do Prémio de Poesia de Oeiras, na Modalidade Consagração, foi atribuído à obra ‘O Meu Corpo Humano’ de Maria do Rosário Pedreira, de nacionalidade portuguesa e editada pela Quetzal.
Na Modalidade Revelação, foi declarada vencedora a obra ‘O que nunca mais recuperamos’ de Luis Pedro de Aguiar Fernandes (português, com o pseudónimo Tomás Tereso).
Foram igualmente atribuídas duas menções honrosas às obras ‘Somos Só Nós e Não Nos Bastamos’ e ‘Estratégias Para Ver à Sombra’, de Alexandre de Paiva Monteiro (português, e com o pseudónimo André Moniz) e de Gustavot Diaz (brasileiro, e com o pseudónimo Josefa do Ó), respetivamente. Os premiados com as menções honrosas viram as suas obras publicadas sob a chancela Os Livros de Oeiras.
Homenagem a Luis Vaz de Camões ver PALAVRAS27 (oeiras.pt)
Sendo 2024 o ano dos 500 anos do nascimento de Camões, o Prémio de Poesia de Oeiras homenageou assim aquele que é o expoente máximo da história da literatura e da língua portuguesa.
Na Modalidade Consagração foi atribuído, por unanimidade, o prémio de 20.000€ à obra "Aberto Todos os Dias" de João Luís Barreto Guimarães.
Já na Modalidade Revelação, ‘O Êxodo das Sementes de Estrela’, da autoria da portuguesa Lígia Cristina Baptista Reyes, recebeu o prémio de 5.000€, a que acresceu a publicação da obra.
O júri decidiu ainda atribuir duas menções honrosas aos títulos ‘Menino do rio’, do brasileiro Leonardo da Costa Nunes, (pseudónimo Júpiter) e a ‘Trajetória de Fuga’, do português Alexandre de Paiva Monteiro (pseudónimo Afonso Marvão). Ambas as menções honrosas viram as suas obras publicadas sob a chancela “Os Livros de Oeiras”.
Na 3ª edição do Prémio, foram recebidas 1.263 candidaturas, sendo 219 na Modalidade Consagração e 1.044 na Modalidade Revelação. As candidaturas foram provenientes de 24 países, onde se incluíram os países da CPLP e outros como a Alemanha, Argentina, Bélgica, Canadá, Espanha, Estados Unidos da América, França, Grécia, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Reino Unido, Suíça, entre outros.
Homenagem a D. Dinis ver PALAVRAS27 (oeiras.pt)
D. Dinis de Portugal (1261-1325), com os cognomes de Lavrador e Rei-Trovador foi Rei de Portugal e do Algarve de 1279 até sua morte. Era o filho mais velho do rei D. Afonso III de Portugal e sua segunda esposa D. Beatriz de Castela. Ele próprio poeta, deu também um grande impulso à cultura, tendo ordenado o uso exclusivo da língua portuguesa nos documentos oficiais e mandado traduzir importantes obras, tendo sido a sua Corte um dos maiores centros literários da Península. Foi o fundador, em Lisboa, em 1290, do Estudo Geral (Universidade), no qual foram desde logo ensinadas as Artes, o Direito Civil, o Direito Canónico e a Medicina.